Lesson 2
Às vezes achava que tinha que
fingir mais vezes…achava mesmo. “ A P. fingiu tão bem na reunião da semana
passada”, pensou, “e ficou nas boas graças do Sr. F., quando cinco minutos
antes me estava a dizer que ele era um hipócrita, um fingido, que sacudia os
desastres da sua má liderança para cima dos outros. E disse-me aquilo quase a
espumar de raiva…como é possível, cinco minutos depois, estar-lhe a dizer que
ele era o melhor chefe que já tinha tido com o maior sorriso do mundo. Bolas,
até eu acreditei”.
Enquanto revia na sua cabeça a interminável
reunião de duas horas do dia anterior “com os seus pares”, cada vez mais a
ideia de que “tinha que fingir mais vezes” lhe parecia cada vez mais tentadora
e até, pasmem-se, praticável.
Decidiu elaborar um plano, um
esquema…ela era assim, tinha que ter tudo planeado e “controlado”, odiava ser
apanhada de surpresa, então escreveu num post-it:
Técnicas para fingir
- Não olhar a pessoa nos olhos;
- Olhar para o vazio;
- Trautear uma canção mentalmente;
- Contar até 10…100 vezes;
- Pensar em batatas cozidas;
- Não pensar…
Esboçou um sorriso “Naahhh”…pensou…“Nunca
conseguirei pensar em batatas cozidas”, e simplesmente desistiu, rasgou o
post-it, tirou outro e escreveu: “Sou o que sinto, sinto muito” e colou-o no computador
do escritório.
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